sábado, 22 de novembro de 2008

Licitação elevará produção de gás

Os 35 blocos de exploração de petróleo e gás que a ANP vai ofertar na bacia potiguar, em licitação marcada para dezembro deste ano, poderão ajudar o Rio Grande do Norte a recuperar “em curto prazo” a produção, que, principalmente para o gás, vem despencando mês a mês em 2008. A estimativa veio do diretor da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíves, Nelson Narciso, que não revelou, entretanto, números sobre o potencial dos blocos, todos em terra. “Mas acredito que eles vão ajudar sim à retomada. Esse é o objetivo maior”, frisou, em passagem por Natal, ontem.

A perspectiva otimista em relação às novas áreas não é por acaso. Além de considerada madura, por já ter produção, infra-estrutura estabelecida e informações disponíveis sobre os poços, a bacia potiguar é campeã brasileira em produção terrestre. Para se ter uma idéia do potencial, em outubro deste ano, dos 221.586 barris produzidos diariamente, em terra, no Brasil, 56.068, ou pouco mais de 25%, foi extraído no RN. Com a entrada em operação dos novos blocos, há chances reais de que os números cresçam, reforçou ainda Narciso. “Sabemos da ocorrência efetiva de óleo nessas áreas. E digo, sem dúvida, que a recuperação da produção com a ajuda delas pode ocorrer em curto prazo”, frisou, acrescentando que há possibilidade de haver gás associado nos blocos, ou seja, ocorrência de óleo e gás ao mesmo tempo.

Os 35 blocos na Bacia Potiguar ocupam uma área total de 1.054, 58 quilômetros quadrados e ficam próximos a diversos campos produtores como Acauã, Rio Mossoró, Pajeú, Upanema e Lorena. Os lances mínimos por eles irão variar de R$ 140 mil a R$ 438 mil. Segundo a ANP, a região onde as áreas estão localizadas apresenta boa infra-estrutura de rodovias, oleodutos e gasodutos, portos e, além disso, conta com a Unidade de Produção de Gás Natural de Guamaré e centros urbanos importantes como Mossoró e Macau. Parte dos blocos está localizada nos municípios de Açu, Apodi, Baraúna, Felipe Guerra, Governador Dix-Sept Rosado, Mossoró e Upanema. Os demais estão nos municípios cearenses de Alto Santo, Limoeiro do Norte e Tabuleiro do Norte.

RODADA

Os blocos do Rio Grande do Norte integram a carteira de ofertas disponíveis na 10ª rodada de Licitações de Blocos Exploratórios da ANP, marcada para 18 e 19 de dezembro deste ano, no Rio de Janeiro. Ao todo, serão licitados 130 blocos, numa área de 70 mil quilômetros quadrados. Além dos potiguares, há 44 blocos na bacia Sergipe-Alagoas e outros espalhados pelas bacias São Francisco, Amazonas, Paraná e Parecis.

Essa é a primeira, das rodadas realizadas no país, somente com bacias em terra. A determinação para excluir as áreas marítimas partiu, segundo Narciso, do Conselho Nacional de Política Energética. “Mais de 90% do nosso petróleo vem hoje do mar. Precisamos descortinar, conhecer melhor, saber o que temos em terra”, frisou ele.Em entrevista à Folha de São Paulo, o ministro das Minas e Energias, Edson Lobão, explicou, entretanto, que a licitação não incluirá blocos no mar porque não foram concluídos os estudos sobre mudanças na legislação sobre a exploração no pré-sal. Mesmo só com ofertas em terra disponíveis, 49 empresas, disse o diretor da ANP, já demonstraram interesse nos blocos. Os da bacia potiguar foram os que despertaram maior apetite, garantiu ainda. Cerca de 30 investidores estariam interessados.

Aos demais interessados, o prazo para entregar a documentação se encerra hoje. As empresas vencedoras terão de três a cinco anos para estudar as áreas que arrematarem e, uma vez descobertas as ocorrências e declarada a “comercialidade” à ANP, terão direito a mais 27 anos de produção. Nacionalmente, a Petrobras já sinalizou interesse em participar, mas não revelou em que blocos apostaria.

Fonte: Diario de Natal

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